Talvez o que mais me impressione aqui é como os mexicanos sabem pouco do Brasil. Uma vez um professor da UFBA deu o maior carão na minha turma porque nenhum dos alunos sabia qual era o jornal mais importante do Peru. Pois, conheci um mexicano que me perguntou o seguinte:
- Qual é a capital de Quito?
Tive que contar até dez para não dar uma resposta desaforada. Mas já estou ficando acostumada a quanto os mexicanos sabem pouco da América Latina e, pior ainda, do Brasil.
Pra começar, ninguém daqui (mas alguns estrangeiros, sim) sabe o que é ou onde está a Bahia. Digo "Bahia" porque já até desisti de falar "Salvador"; a resposta sempre era "ah! El Salvador??"... Então, agora já digo Bahia mesmo. Mas, voltando ao assunto, a maioria não sabe o que é nem onde está - quando digo que está no Nordeste já perguntam se faz fronteira com a Colômbia ou se está na selva amazônica. Desconhecem totalmente a existência de qualquer praia, ou até mesmo da costa brasileira, que não seja o Rio de Janeiro.
Hoje o cúmulo aconteceu. Me perguntaram como era a "bruxaria" no Brasil. Recusei-me a responder. "Fechei a cara" (como se diz em bom baianês) e o diálogo foi seco.
- O que você quer dizer? Não existe nenhum tipo de bruxaria no Brasil...
- É que li num livro de Umberto Eco, um livro sobre um italiano que conhece uma brasileira e ela faz uns rituais...
- Não entendo.
- Mas no Brasil tem muitas coisas africanas, né?
- Acho que você está tentando se referir às religiões africanas... Mas são religiões e não bruxaria. Isso de considerá-las "bruxaria" acabou faz pouco tempo, mas acabou, ainda bem, e hoje são legalmente consideradas religiões e já se pode praticá-las sem repressão. Ah, e para que saiba, se chama "candomblé".
Ufa! Nunca pensei que teria que ouvir isso! Foi o cúmulo.
Enfim, na próxima semana farei uma exposição sobre o Brasil e espero esclarecer um pouco melhor quem somos...
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